quinta-feira, 14 de maio de 2009

As Verdadeiras Bandas Marciais (por Athus Marconato)


Se você for hoje a um festival de bandas irá encontrar um monte de corporações musicais desfilando coreografias, sapateares estranhos, movimentos de cabeça, e tudo isso ao som de músicas festivas norte-americanas. Grupos de coreografia acompanham as bandas, fazendo evoluções com suas bandeirolas e acessórios em geral.

Um grande grupo de percussão munido de uma incrível aparelhagem sonora, um primor em qualidade de timbres e diversidades sonoras e visuais, ganha espaço cada vez maior, realizando suas longas cadências, ricas em efeitos coreográficos, ágil movimento de baquetas e uma expressão facial robótica e estática.

Está tudo lindo e maravilhoso, a não ser por um detalhe: Não há mais banda e sim um grupo musical uniformizado, fazendo um show.

Quem realmente criou as bandas marciais foi Napoleão Bonaparte, para imposição de seu poder. A escola de música que ele criou para formação de músicos militares ainda existe, e é hoje a Academia de Música de Paris.

“Marcial” é relativo a deus Marte, o deus da guerra, portanto, “marcha” significa movimento de guerra.

“Banda” tem origem em “bandum”, o que significa “estandarte”, bandeira, ou seja, o símbolo da nação.

A verdadeira banda é o pelotão cívico, que leva ao centro a bandeira nacional. O conjunto de música que segue em marcha está ali tão somente para exaltação e louvor à bandeira e à pátria.

Agora vejam: Como podemos cometer a barbaridade de levar a bandeira da pátria amada ao som de músicas norte-americanas, realizando danças de outras culturas?

Há cerca de trinta anos Durval de Souza nos deixou o apelo: “Não deixem as bandas morrer!”.

É triste, seu Durval, mas estão deixando as bandas morrer sim. E no lugar delas estão colocando grupos coreográficos de animar estádios norte-americanos, e o fazem com a bandeira do Brasil. E na verdade não estão apenas deixando as bandas morrer. Estão matando a cultura brasileira, substituindo-a por costumes dos Estados Unidos, o grande invasor cultural.

Nossos jovens já não são patriotas, e ninguém faz questão de ensiná-los este dever. Os jovens revolucionários do passado cresceram, e não ensinam seus filhos a amar quem os amou.

Estão matando o Brasil. A vida não mais tem poesia, não se ouve suspiros de paixão ao som daquele velho bordão. Uma bandinha de música já não faz mais os corações acelerarem e encherem-se os olhos dos enamorados. Ninguém mais vem ver a banda passar, e ela já não toca coisas de amor.

Ai que saudade... daquele tempo em que eu, jovem, não vivi.


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